Luto

O Luto

A morte é uma das poucas certezas que temos na vida, no entanto insistimos em fingir que ela não existe até que nos tenhamos de deparar com ela.

A morte deveria ser falada desde a infância, da maneira adequada para que, quando haja uma perda, a criança possa participar no processo, da forma certa para a sua idade.
Quantos relatos me chegam de jovens e adultos que nunca lidaram com o luto, porque simplesmente os pais os tentaram proteger e os afastaram. E, de repente, o avô, a avó, o pai, a mãe “já não estão cá”, “estavam a sofrer e agora estão no céu”. 
Imagina dois cenários e considera qual seria mais chocante: estar com uma pessoa e esta estar de óptima saúde, mas ter uma síncope irreversível ; ou começar a notar sinais de que a pessoa não está bem e poder participar nesse processo, dando-lhe conforto, dizendo tudo o que há para dizer, tendo oportunidade de te despedir.
Sejamos crianças, jovens, adultos ou idosos, temos consciência de que a morte existe. O que difere é a maneira como lidamos com ela e desde quando.
Pondo de parte qualquer religião, assumir e falar naturalmente sobre a morte tal como falamos sobre o nascimento, permite-nos uma coisa fundamental : sabermos o valor de cada segundo da nossa vida, aproveitarmos e focarmo-nos no agora.  Percebermos que se nos sentimos mal, é importante pedir ajuda já e não prolongar o sofrimento.
A vida é para ser vivida o mais possível e não para ir sobrevivendo aos dias. Não quero com isto dizer que tudo é simples e fácil. Não é! Existem momentos muito duros e desafiantes, às vezes durante tempo demais. O que defendo é que, a nossa postura pode mudar muita coisa e que mesmo no meio de momento muito maus, podemos sempre olhar para o que é bom. Se não o conseguimos fazer podemos mesmo estar doentes e precisar de ajuda. Afinal, o corpo reage quando não cuidamos bem dele. Avisa-nos, através de sintomas e doenças.

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